
E foi quando o homem que ainda não conhecia a escrita começou a observar na natureza os sinais, e foi quando ele se deu conta que precisava provar aos demais nos tribunais o dito pelo não dito, porque ainda não haviam inventado os balões dos quadrinhos onde se entende até a linguagem dos animais, foi aí que lhe veio um estalo e ele inventou os sinais.
Não exatamente com os mesmos caracteres que conhecemos agora e vemos registrados no papel e nos teclados virtuais os quais são por vezes descaracterizados por causa daquela famosa e confusa babel.
E depois que o homem inventou a escrita e de também se auto inventar como o primeiro escritor/editor ele não parou mais e por onde quer que fosse levava sempre uma tabuinha de argila com um afilado estilete para anotar as fofocas.
E como as tabuinhas foram aumentando e pesando também surgiram as dores nas costas.
Com as fofocas surgiram os focas que inventaram as intrigas, que alimentaram as contendas, e tiveram que inventar os advogados os quais criaram os sumários para corrigirem as emendas apaziguadoras dos ânimos.
E imbuído nesses pretextos o homem continuou a criar os seus textos e organizar os contextos.
E assim ele continuou até que alguém que não gostava de ler nem de escrever mas gostava como ninguém de se intrometer nos escritos alheios para dar pitacos, cismou de inventar a censura.
E por falta de bom senso surgiu o famoso censor. Alguns por não encontrarem consenso se tornaram insensíveis, frescos e cheios de não-me-toques.
Até parece que eles não leem nem revistas nem jornais.
E daí, como desgraça pouca é bobagem inventaram, só de sacanagem, essa tal de fake news.
E taca-lhe censura até não caber mais!
Pensam que ficará nisso?
Sonhais, sonhais, pobres mortais, sonhais até seus derradeiros finais porque sonhar ainda é possível... pelo menos até quando resolverem institucionalizar os fake dreams.
Texto do associado: Reinoldo João Corrêa
Comments